Uma ação popular protocolada nesta segunda (9) na Justiça do Amapá pede que a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) e a Companhia de Eletricidade (CEA) isente quase 800 mil consumidores do pagamento das contas de água e energia elétrica.
A população de 13 dos 16 municípios do Estado enfrenta um apagão há uma semana. Sem água nas torneiras, parte dos moradores do Amapá recorre a rios e canais poluídos para beber, cozinhar e tomar banho. Para evitar contaminação e surto de doenças, a prefeitura passou a distribuir hipoclorito de sódio para descontaminação. Cada morador ganhou quatro frascos.
Neste domingo (8), a energia elétrica estava funcionando em sistema de rodízio: metade de Macapá teve luz à noite e a outra, durante o dia, afetando o comércio local. A situação caótica fez os moradores ricos se mudarem para hotéis com geradores ou fugirem para Belém. O trecho da viagem de ida para a capital do Pará chegou a ser vendido a R$ 4.000 no decorrer da semana. Nesta segunda, caiu para até 1.800. Em dias normais a passagem custa, em média, R$ 220.
O caos no Amapá foi causado por uma explosão seguida de incêndio ocorrida às 21h do último dia 3 no transformador (TR-01) da subestação de Macapá. Como consequência, ocorreu um blecaute na capital e em outras 12 cidades com corte de 95% da energia do estado. Ainda não se sabe exatamente se o incêndio ocorreu por ação de um raio ou se houve curto-circuito no maquinário.
Todos os hospitais de Macapá, entre eles o Hospital das Clínicas, estão funcionando parcialmente graças a geradores. A única maternidade pública do Amapá, localizada no Centro da cidade, Hospital da Mulher Mãe Luzia. Essa maternidade tinha ontem 18 bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.
A ação popular que pede a isenção da conta de luz e energia elétrica foi protocolada pelo senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede). Ele já havia obtido sucesso em outra ação determinando na Justiça o retorno da energia elétrica em três dias sob pena da CEA pagar uma multa de R$ 15 milhões, caso isso não ocorra. O prazo começou a contar a partir desta segunda, data em que a companhia de energia elétrica recebeu a notificação judicial.
Reportagem: Revista Época