Investigações da Polícia Federal apontam que agentes do clã Bolsonaro se infiltraram na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários políticos e pessoais do então presidente da República, Jair Bolsonaro. Esse núcleo de espionagem está sendo chamado de “Abin Paralela” e tinha como um dos alvos o senador amapaense Randolfe Rodrigues. Na época, Randolfe estava como relator da CPI da covid-19 no Senado.
Randolfe recebeu com certa tranquilidade a informação que estava sendo espionado, já que nenhuma irregularidade foi encontrada. Mesmo assim, o senador pede que a situação seja rigorosamente apurada e que os culpados sejam punidos. Rodrigues foi o único político amapaense monitorado pela “Abin paralela” de Bolsonaro.
LEIA A NOTA DO SENADOR RANDOLFE RODRIGUES SOBRE O ASSUNTO:
“A violação dos direitos fundamentais à vida privada, à honra e ao sigilo pessoal remetem às páginas mais autoritárias e obscuras da história do Brasil e da humanidade. Quaisquer indícios de violações a tais direitos devem ser rigorosamente apurados e punidos. Por ora, aguardamos manifestação oficial quanto às autoridades que foram ilegalmente monitoradas pelo esquema de espionagem no governo anterior.
Tem significado de diagnóstico o fato de que, além do meu monitoramento pessoal, a maioria dos parlamentares citados nas revelações de hoje eram integrantes da CPI da COVID, o que confere tons de tragédia ainda maior à situação. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior se preocupava em espionar a vida dos que investigavam as razões do genocídio em curso.
Quanto a mim, as informações do monitoramento somam-se às ofensas e às agressões que meus familiares e eu vivenciamos no triste período passado. Tranquiliza-me a certeza de que esse foi o preço a ser pago na defesa da democracia.
Por fim, fica patente que a eleição do presidente Lula, mais do que defender a democracia, significou restaurá-la.”