A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, saiu enfraquecida do 6º congresso da Rede Sustentabilidade, realizado no fim de semana em Brasília. Com apenas 26,5% dos votos, a chapa apoiada por ela perdeu para o grupo liderado por Paulo Lamac, ligado à presidente nacional do partido, Heloísa Helena, em uma disputa que expôs ainda mais o racha interno da sigla.
A derrota é simbólica: Marina, fundadora da Rede e referência internacional em pautas ambientais, vê sua influência política recuar até dentro de sua própria legenda. Esse enfraquecimento interno pode ter efeitos diretos sobre sua atuação à frente do Ministério do Meio Ambiente, especialmente em pautas sensíveis como a exploração de petróleo na Margem Equatorial, tema em que sua resistência pública tem sido um dos principais entraves.
Com sua liderança questionada e espaço político reduzido, cresce a pressão de setores do governo e da base aliada por uma mudança de postura sobre o licenciamento ambiental na região. A perda de força de Marina pode significar, na prática, o avanço da agenda petrolífera que o Amapá precisava.