O fim de um ciclo?

É sempre perigoso decretar a morte política de alguém, em especial, da família Capiberibe. Mas é fato inconteste que o PSB se enfraqueceu ainda mais nesta eleição e está prestes a cair para a série B da política amapaense. Sem protagonismo, o partido não deu nem a chamada “intera” na eleição majoritária, como aconteceu em anos anteriores. Isso sem falar na votação dos principais candidatos do grupo.

O ex-senador Capiberibe perdeu a terceira eleição majoritária consecutiva e viu o cesto de votos do PSB se esvaziar. Na eleição para o governo do Amapá, em 2018, Capiberibe teve 119 mil votos, 30 mil para prefeito em 2020 e agora cerca de 22 mil votos para o Senado. Votação bem distante dos 196 mil de Davi Alcolumbre e dos 174 mil de Rayssa Furlan.

Em 2018, o deputado Camilo Capiberibe foi o mais votado com cerca de 25 mil votos. Nesta eleição, Camilo teve só 9.631 votos e não se elegeu. No esforço para eleger Camilo, Cristina Almeida trocou a Assembleia pela Câmara e até manteve a votação da eleição anterior (3.052/3.591), mas também não conquistou mandato.

Mas talvez a maior decepção tenha sido o advogado Juliano Del Castilho, sobrinho de Capiberibe. Principal aposta do PSB para deputado estadual, Juliano recebeu só 960 votos, a maior votação do partido, e não se elegeu. No saldo final, resta apenas o mandato de vereadora de Janete Capiberibe como cargo eletivo de relevância.

Pode ser só uma má fase, mas pode ser também o encerramento natural de um ciclo de poder, assim como já aconteceu com os grupos dos ex-governadores Janary Nunes e Aníbal Barcelos, por exemplo. É cedo para dizer ou será, de fato, o fim do grupo político que governou o Amapá por 12 anos e elegeu até “um poste” para prefeito da capital?

 

Compartilhar
Rolar para cima