Pesquisa espontânea mostra que eleição para o governo está indefinida
É obvio que o resultado da primeira pesquisa Ibope é animador para o candidato João Capiberibe (PSB). Na pesquisa estimulada ele aparece com 33%, seguido por Waldez Góes (PDT) com 26% e Davi Alcolumbre (DEM) com 20%. No entanto, a análise da pesquisa espontânea mostra que o cenário não é tão favorável assim.
A pesquisa espontânea mede o voto consolidado. Nela, o eleitor responde de bate-pronto em quem vai votar, dá o primeiro nome que vem a cabeça, sem receber opções. É um voto definido, pelo menos naquele momento. Assim, a pesquisa espontânea traça um resultado mais fiel do pensamento do eleitor sobre a eleição e os candidatos.
De acordo com o Ibope, na pesquisa espontânea, Capiberibe tem 24%, Waldez 18% e Davi 8%. Do primeiro para o segundo candidato, a diferença é de 6% e do segundo para o terceiro é de 10%. Não há elasticidade significativa na distancia de um para outro. Além disso, somados os eleitores que votariam em outros candidatos (3%), os que dizem votar em branco ou anular o voto (17%) e os que não souberam responder (29%), temos um percentual de 49% de eleitores que não escolheram nenhum dos três.
A rejeição alta é um aspecto de igualdade entre eles. Waldez tem de 55%, natural levando em consideração as dificuldades do governo e a crise que o país atravessa. Capiberibe tem 39%, também natural em função dos anos de mandatos e o desgaste do último governo do PSB. E Davi, por sua vez, tem 29% de rejeição, não tão natural para um político que disputa o governo pela primeira vez.
Considerando esses dados, é impossível apontar vantagem ou desvantagem para quem quer que seja. Além do mais, essa é a primeira pesquisa. Tanto os 51% que declaram preferência por um candidato, quanto os 49% que não fizeram opção, ainda podem mudar de ideia. A propaganda, os debates no rádio e na TV, as redes sociais, a força das máquinas estadual e municipal, tudo isso terá peso na decisão do eleitor, que decepcionado com a política, vai decidir na última hora.
Resguardando as peculiaridades, as eleições de 2006, quando Capiberibe liderava as pesquisas e perdeu para Waldez no primeiro turno ou a eleição de 2012, quando Clécio Luis saiu do terceiro lugar para derrotar Roberto Góes, no segundo turno da eleição para prefeito de Macapá, são bons exemplos de como as primeiras certezas são frágeis, de como as coisas podem evoluir e virar tudo de cabeça para baixo.
Por fim, as pesquisas são um retrato do momento. Assim como a meteorologia, podem ser traídas pelas variações do tempo ou humor do eleitor. Porque política, como dizia o velho Magalhaes Pinto, é como nuvem: muda a toda hora.